Salvador completa 473 anos nesta terça-feira, mas data de aniversário é contestada por historiadores; entenda

A cidade de Salvador comemora, nesta terça-feira, o seu aniversário de 473 anos. O 29 de março é uma data que só foi oficializada, a partir de 1949, quatro séculos depois da chegada do enviado da Coroa Portuguesa, o capitão-mor: Tomé de Souza.

A oficialização da data aconteceu, porém, sob grandes controvérsias entre historiadores da época. Até hoje, muitos estudiosos não concordam e não encontram coerência nessa definição. O professor Roberto Pessoa é um entre aqueles que não se conforma.

Questionado sobe a polêmica, o historiador baiano disse ao Aratu On que nunca concordou com a comemoração nesta data, porque a referência remete a uma ocasião que a cidade, ainda, não existia. Para ele, a cronologia histórica tem outros registros mais significativos.

Um deles é o 1º de abril, quando foi fincada a primeira estaca que simbolizou o início das construções planejadas por Portugal. Outra referência é o 1º de maio, data em que os primeiros salários começam a ser pagos aos trabalhadores da comitiva que desembarcou com Tomé de Souza, na antiga capitania.

Segundo Pessoa, foram mais de mil homens com especializações diversas em profissões da época, enviados para construir e gerir a cidade que passaria a ser a capital portuguesa do Atlântico Sul. Com a realização da primeira procissão católica, em celebração ao Corpus Christie, o dia 13 de junho, também, ganhou força nas discussões.

“Foi a primeira festa oficial, abençoando a Igreja Católica no local. O evento que já era bastante comemorado em Portugal, foi realizado pelo padre Manuel da Nóbrega, quando a cidade já estava, praticamente pronta”, pontuou. 

O dia 1º de novembro que homenageia a Baía de Todos os Santos não passa em branco nessa disputa, já que é a data da posse de Tomé de Souza como o primeiro Governador Geral. Mas entre todos os momentos da história, é o 13 de junho que tem a maior aceitação de Roberto Pessoa.

Ele observa que além da realização do importante evento religioso, acompanhado por autoridades oficiais, Salvador já tinha uma organização política com a, já constituída, Câmara Municipal. “No aspecto religioso e político houve uma oficialização e emancipação da cidade”, ressaltou o historiador.

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