Pai de adolescente morto pela PM em Mar Grande diz que filho queria ser policial: “não era vagabundo”
Uma grande caminhada pediu justiça pela morte de Elielson de Oliveira Sales, de 16 anos, no último domingo (9/10), em Mar Grande, na Ilha de Itaparica, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Familiares e amigos do jovem percorreram as BAs 001 e 532, na manhã desta quarta-feira (12), até o local onde ele foi baleado. O trajeto de quase quatro quilômetros foi acompanhado pela Cidade Aratu.
Seu Elias, pai do adolescente, negou que o filho estivesse armado e com traficantes, versão apresentada em nota pela Polícia Militar (PM), e revelou o sonho do jovem: “queria ser policial”. Visivelmente emocionado, ele disse que Elielson “não era ladrão ou vagabundo”, que trabalhava em uma merceria e estava no 9° ano do ensino fundamental, e que a polícia demorou a prestar socorro.
Ainda no domingo, dia do ocorrido, testemunhas disseram ao Aratu On que o adolescente estava brincando com amigos e com som ligado na praça, quando os policiais “chegaram atirando”.
A mãe de Elielson, Jocelice, e a madrasta, Birlene, participaram do ato, mas passaram mal já no fim da caminhada. O enterro do jovem aconteceu na segunda-feira (10/10).
CASO
Testemunhas e Polícia Militar (PM) têm versões diferentes de um mesmo caso. Na noite desse domingo (9/10), o adolescente Elielson de Oliveira Sales, de 16 anos, morreu em plena Praça de Mar Grande, na Ilha de Itaparica.
Segundo a PM, agentes da 5ª CIPM receberam “denúncias de homens armados traficando drogas” no local, e teriam sido recebidos a tiros. No revide, o adolescente foi atingido.
No entanto, uma testemunha – que ligou para o Aratu On para denunciar o ocorrido – disse que Elielson estava brincando com amigos, com uma arma de brinquedo, quando os policiais “já chegaram atirando”.
O adolescente chegou a ser socorrido para o Hospital Geral de Itaparica, mas não resistiu aos ferimentos. Ele não tinha passagem pela polícia.
Por meio de nota, a Polícia Militar disse que uma “arma falsa” foi encontrada, além de um revólver calibre 38, com “quatro munições deflagradas e uma intacta”, e maconha.
Não foi informado se a corregedoria da PM vai apurar o caso.
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