Copa 2023: Melhor seleção do mundo, equipe dos Estados Unidos é o time a ser batido no Mundial.

Tetracampeãs mundiais, estadunidenses desejam chegar a mais um título e tem o mundo inteiro como adversários.

Final da Copa do Mundo de 2019. Depois de um triunfo por 2 a 0 sobre as holandesas, os Estados Unidos reafirmaram o seu nome na história do futebol feminino. Com quatro títulos pelo torneio e quatro medalhas de ouro olímpicas, as norte-americanas chegam em mais um Mundial com uma equipe jovem e disposta a se reafirmar como as rainhas do esporte.

Origem e primeiros confrontos

Em um país no qual o futebol sobrevivia fora do cenário profissional, principalmente no meio universitário, o futebol feminino achou espaço em bolsões populacionais desde o início do século XX, com um impulso significativo em 1972, quando a lei federal de direitos civis nos Estados Unidos foi aprovada e proibia a discriminação com base em questões de gênero em qualquer programa educacional patrocionado pelo Estado.

Dentro disso, a Federação de Futebol dos EUA (USSF) montou uma lista de atletas universitárias e participou do Mundialito de 85, organizado na Itália. Depois de terminar o torneio na quarta colocação, voltaram para a edição de 86 e ficaram na segunda posição, atrás apenas das anfitriãs.

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Com a chegada da FIFA no futebol feminino, foi organizado em 1988 o Torneio Experimental como um termômetro para uma possível Copa do Mundo Feminina. No torneio, uma jovem seleção norte-americana comandada por Anson Dorrance deu espaço para atletas além das universidades e conseguiu chegar até as quartas de final, quando foi derrotada pela forte Noruega.

Dois anos depois, o país participou de seu primeiro Campeonato da Concacaf e conseguiu resultados expressivos contra adversários regionais: 12 a 0 contra o México e Martinica, 10 a 0 contra Trinidad e Tobago e Haiti com um 5 a 0 na decisão contra o Canadá. Foram 49 gols marcados e nenhum sofrido em cinco jogos. O título deu vaga para a primeira Copa do Mundo, realizada na China em 1991.

Pela competição, as estadunidenses venceram Suécia, Brasil e Japão na fase de grupos, classificando-se como primeira colocada de sua chave. Pelas quartas, golearam Taiwan por 7 a 0, enfiaram 5 a 2 na Alemanha pelas semifinais e derrotaram a Noruega por 2 a 1 na grande decisão. Primeira campeã do mundo, com atuações acima da média e show da atacante Michelle Akers-Stahl e das alas Carin Jennings e April Heinrichs.

Apesar da ampla dominação e o título mundial sem dificuldades, a seleção estadunidense não recebia muita atenção da população local. E dentre os motivos não estava apenas a baixa recepção do país ao futebol, como também a preparação da seleção masculina para a Copa de 1994. Com isso, a equipe atuou pouco no ano posterior a sua conquista, voltando aos gramados com efetividade nos títulos da Concacaf de 93 e 94.

Antes da Copa do Mundo de 95, a seleção azul, vermelha e branca teve a sua primeira evolução estrutural com a construção de um centro de treinamentos permanente e exclusivo para a  equipe feminina. Mesmo assim, as atuais campeãs não resistiram a um novo embate contra as Norueguesas, derrotadas nas semifinais e amargando a terceira posição após vencer a China na disputa. Neste mesmo ano, dentro do cenário local. é criada a W-League, a primeira liga nacional para a modalidade.

Primeiro Ouro, Bicampeonato Mundial e a glória nacional

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Se existe um ponto de virada para entender a fama e o crescimento do futebol feminino nos EUA, ele está nos últimos anos da década de 90. Sediando a primeira disputa da modalidade nos Jogos Olímpicos, em 1996, as norte-americanas terminaram a primeira fase empatada em pontos com as chinesas, empatando com as asiáticas e vencendo dinamarquesas e suecas.

Nas quartas de final, novo embate com a rival Noruega e uma vitória no tempo extra por 2 a 1, classificando-se para a decisão em que encontrou novamente a China no torneio. E apesar do empate na primeira fase, agora as donas da casa venceram a Rosas de Aço por 2 a 1, sagrando-se primeiras campeãs olímpicas do futebol feminino.

Três anos depois, o país voltou a sediar um torneio, recebendo a importante Copa do Mundo Feminina cinco anos depois de recepcionar a Copa de 1994. Com 100% de aproveitamento na fase de grupos, derrotando Nigéria, Coreia do Norte e Dinamarca, as anfitriãs vencem a Alemanha por 3 a 2 nas quartas, superam o Brasil por 2 a 0 nas semi e vão a decisão novamente contra as chinesas. Depois de um empate sem gols, venceram em uma emocionante disputa de penaltis que marcou história no país e no próprio cenário do futebol feminino.

A decisão marcou alguns recordes no esporte e no próprio Estados Unidos. Mais de 90 mil pessoas estiveram presentes no Rose Bowl, marcando o maior recorde de público em uma final de evento esportivo feminino. Paralelo a isso, a cobertura de mídia bateu recordes de audiência e finalmente chamou a atenção da nação para a equipe nacional.

Com o bicampeonato mundial, agora era a vez de lutar pela segunda medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos. Atuando em Sydney, no ano 2000, a Stars and Stripes derrotou a Noruega por 2 a 0, empata com a China por 1 a 1 e derrota a Nigéria por 3 a 1. Nas semis, derrotaram o Brasil e foram para a disputa do ouro contra a mesma Noruega da primeira fase. Entretanto, em um jogo emocionante, foi derrotada pela equipe nórdica com um gol que até hoje é questionado pelas estadunidenses.

Após esta conquista e de toda sua repercução, as vinte jogadoras que levantaram o bicampeonato mundial se juntaram a parceiros comerciais para buscar investidores que apoiassem uma nova liga, agora totalmente profissional. Assim é fundada a WUSA, com oito equio

A década olímpica

Na entrada do século XX, as atuaçoes norte-americanas não foram muito bem nas Copas do Mundo da primeira década. Entretanto, as disputas olímpicas valeram uma marca iniqualável até para os padrões masculinos no programa do futebol na competição.

Em 2003, o surto de gripe aviária faz o Mundial voltar ao território norte-americano, fazendo com que a equipe defendesse o seu título novamente em casa. Entretanto, mesmo com um início 100% na fase de grupos, e uma revanche contra a Noruega nas quartas de final, as norte-americanas não resistiram a evolução cada vez mais das alemães. Caíram nas semis e se contentaram com um terceiro lugar frente as canadenses. Neste tempo, a WUSA não se firma no cenário nacional e acaba dissolvida, com outra liga criada apenas em 2008.

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O fracasso do Mundial não se repetiu na disputa olímpica, com a conquista do segundo ouro em Atenas 2004 em outra campanha invicta: Venceram Grécia e Brasil na primeira fase, encerrando a chave com um empate contra a Austrália. No mata-mata, passaram por Japão e Alemanha, vencendo a decisão contra o mesmo Brasil da primeira fase.

Três anos depois, em 2007, a seleção norte-americana volta ao Mundial disposta a conquistar o tricampeonato. Na primeira fase, iniciaram a trajetória com um empate em 2 a 2 com a Coreia do Norte, depois venceram para a Suécia por 2 a 0 e derrotaram a Nigéria por 1 a 0 na terceira rodada.

Após vencer a Inglaterra por 3 a 0, chegaram motivadas nas semifinais e tinham o Brasil como adversárias. Entretanto, foram surpreendidas por uma grande atuação da Seleção Canarinho e sofreram a maior goleada de sua história em Copas: 4 a 0. O título acabou de novo com as alemães, com os Estados Unidos mais uma vez amargando o terceiro lugar, conquistado após vencer a Noruega por 4 a 1.

Estados Unidos e Brasil voltam a se enfrentar em uma decisão olímpica. Em 2008, pelos Jogos de Pequim, os Estados Unidos iniciam com derrota para a Noruega, mas se recuperam ao vencer Japão e Nova Zelândia. Nas quartas, passam pelo Canadá e depois derrotam novamente as japonesas nas semi. Na decisão, novo triunfo sobre as brasileiras e o terceiro ouro olímpico.

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Rivalidade com Japão e chegada ao Tetra

Durante os 30 anos de existência do futebol feminino de seleções organizado pela FIFA, é percebível que os Estados Unidos está presente como protagonista em todos os ciclos e sempre divide rivalidades diferentes ao longo do tempo. Se a Noruega foi sua primeira rival, logo o título passou para a China, depois a Alemanha e mais tarde o Brasil.

No início da década de 2010 isso não podia ser diferente, com a Copa de 2011 servindo como uma passagem de tocha das brasileiras para as surpreendentes japonesas. Os EUA estreiam vencendo a Corei do Norte e depois a Colômbia, mas são derrotadas pela Suécia e saem na segunda posição do grupo. Nas quartas, empatam com o Brasil e eliminam as sul-americanas do torneio, chegando as semifinais para desbancar a França no tempo normal.

Na decisão, enfrentam um Japão que eliminara Alemanha e Suécia, fazendo um jogo duro que terminou em empate. Nas penalidades, as nipônicas foram melhores e emplacaram seu primeiro título mundial. Dois anos depois, as mesmas equipes repetem a decisão pelo Ouro de Londres 2012, torneio em que acontece a revanche dos EUA e uma campanha implacável com 100% de aproveitamento.

Neste período, o futebol estadunidense vive uma era dourada, com uma nova liga profissional de clubes, a NWSL, e a equipe nacional vivendo uma grande série invicta durante os anos de 2012 a 2014.

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O tira-teima com as japonesas acontece na Copa do Mundo de 2015, no Canadá, quando os dois países voltam a fazer as melhores campanhas do torneio e decidem mais uma vez o Mundial. E mesmo inferior a campanha feita pelas Nadeshiko no torneio – com 100% de aproveitamento até as semifinais – a nova geração norte-americana venceu com categoria e pôde, enfim, gritar pelo tricampeonato.

O título mundial somado as medalhas olímpicas recentes dão a esperança de que a equipe trará mais uma conquista nos Jogos do Rio 2016. Porém, esta se torna a pior campanha do país em uma edição deste torneio: Após liderar a chave com triunfos sobre Nova Zelândia e França, os EUA encerram a primeira fase com um suspreendente empate contra a Colômbia e avançam as quartas de final. Nesta fase, enfrentam a Suécia e acabam desclassificadas na cobrança de penalidades.

Neste mesmo ano, as atletas campeãs do mundo entram com um ação pelo direito de igualdade de salários com o time masculino principal, que apesar de nunca ter vencido a Copa tem um orçamento maior que a das mulheres. Esta briga perdurou por muitos anos, sendo agraciada com um acordo entre as partes no final de 2022.

Durante este mesmo tempo, ocorre a Copa do Mundo de 2019 e os EUA entram para  mais uma vez segurar o caneco. A campanha já se inicia com uma goleada de 13 a 0 sobre a Tailânndia, novo triunfo sobre o Chile e Súécia na primeira fase. Das oitavas até as semifinais, repetiram o mesmo placar (2 a 1) contra Espanha, França e Inglateera até chegar na final contra a surpresa Holanda. Porém o favoritimo falou mais algo e o tetra acontece em solo frânces.

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Estados Unidos na Copa do Mundo 2023

Depois do bronze nos Jogos de Tóquio, em que caíram surpreendentemente contra o Canadá e decidiram a medalha em partida emocionante contra a Austrália, os EUA chegam ao Mundial com uma equipe que mescla veteranas e novas estrelas em seu elenco.

E entre tantas caras novas, é uma veterana que movimenta a equipe dentro e fora de campo. A atacante Alex Morgan não parece desacelerar com a idade e segue como um reforço poderoso nos gramados e nas coletivas, local em que provoca as adversárias e incentiva suas colegas na busca pelo pentacampeonato.

“Acho que esta equipe é a melhor que já tivemos. Temos o talento, a qualidade, o treinador certo, as jogadoras certas, a camaradagem certa, a mentalidade certa”, provoca a jogadora, que tem ao seu lado a meia-atacante Megan Rapinoe, a meia Rose Lavelle, a defensora Crystan Dunn e a revelação Trinity Rodman.

Os EUA estreiam contra o Vietnã no dia 22/7 em Auckland, retornam aos gramados no dia 27 contra a Holanda e encerram a primeira fase enfrentando Portugal no dia 1/8.

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