Influenciadora cristã é criticada por discurso intolerante após culpar religiões afro-brasileiras por enchentes no Rio Grande do Sul.
A professora universitária baiana, Bárbara Carine rebateu as declarações.
Michele Dias Abreu, uma influenciadora cristã, gerou controvérsia ao publicar um vídeo culpando as religiões de matriz africana pela catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul. Em suas declarações, Michele afirmou que as enchentes na região são resultado da presença de muitos terreiros de “macumba”, sugerindo que isso estaria provocando a ira de Deus.
“O que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Deus está descendo com sua ira total. Eu não sei se vocês sabem, mas o estado do Rio Grande do Sul é um dos estados com o maior número de terreiros de macumba, mais do que a Bahia”, iniciou Michele. Ela insinuou que pessoas estariam desrespeitando o sagrado, o que resultaria em sofrimento para os inocentes. “Deus é santo, não há um Deus maior do que ele e aí as pessoas estão abusando disso. Vocês podem ter certeza que Deus não divide a sua honra com ninguém e isso vai ter consequências, está tendo consequências”, completou.
A declaração provocou indignação nas redes sociais, com muitos acusando Michele de promover intolerância religiosa. A professora universitária baiana, Bárbara Carine, foi uma das vozes que se levantaram contra o discurso da influenciadora. Ela denunciou o fundamentalismo religioso presente no vídeo de Michele, classificando-o como um exemplo do que deve ser combatido.
A professora universitária baiana, Bárbara Carine, comentou sobre o vídeo nas redes sociais. Ela denunciou que o fundamentalismo religioso reproduzido pela influenciadora é um exemplo do que acontece e representa um discurso a ser combatido.
“O fundamentalismo religioso é uma das coisas mais burras e criminosas que segue na nossa sociedade hoje. O discurso de ódio mata. O problema não é nem a existência das religiões, mas o fundamentalismo religioso, que é essa percepção de que a sua religião é a única possível e todas as outras devem ser veementemente combatidas”, desabafou.
A professora também comentou o fato do discurso ser contraditório, ao pregar por uma divindade vingativa.