Salva-Vidas baiano trabalha no resgate de animais no Rio Grande do Sul e relata: ‘A situação está muito triste’.

No momento, ele, que veio com um grupo formado por salva-vidas, uma enfermeira emergencista e voluntário, está no município de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Ninguém fica para trás. Esse é o lema de quem está trabalhando nos resgastes de vítimas da enchente no Rio Grande do Sul, e faz questão de tirar todos da zona de risco, de pessoas a animais.

O salva-vidas baiano Alan Ferro, que trabalha na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, é um dos voluntários que, quando soube da tragédia, viajou para o estado gaúcho, e pretende ficar lá até que os resgates sejam finalizados.

No momento, ele, que veio com um grupo formado por salva-vidas, uma enfermeira emergencista e voluntário, está no município de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, desde o dia 7 de maio. De lá para cá, eles conseguiram salvar cerca de 15 cachorros que estavam “ilhados”, sem acesso à água ou comida.

“A situação aqui está muito triste, é muito sofrimento das pessoas nos abrigos, que tiveram que sair de suas casas, animais ‘ilhados’, muito sofrimento. Fomos muito bem acolhidos pelos gaúchos e estamos dando um apoio à Defesa Civil de Cachoeirinha”, conta.

Além dos resgates, o grupo de Alan, que atua como salva-vidas há 17 anos, também visitou moradores que se recusam a sair das casas, mesmo que estejam em zonas de risco. “Fizemos um trabalho de prevenção e conscientização, pois muitos não querem deixar suas casas. Às vezes, não dá tempo, e saem em cima da hora, e os animais acabam ficando para trás”, relata.

CATÁSTROFE AMBIENTAL

Segundo boletim divulgado pela Defesa Civil estadual às 12h desta segunda-feira (13), subiu para 147 o número de mortos após as fortes chuvas que atingiram 447 municípios do Rio Grande do Sul e deixaram mais de 617 mil pessoas desabrigadas. Do final de abril para cá, 806 pessoas estão feridas.

Os trabalhos de resgate e as buscas por 127 desaparecidos continuam em todo o estado. Até o momento, 76.470 pessoas e 10.814 animais foram resgatados, e 340 embarcações, 41 aeronaves, 4,4 mil viaturas e um efetivo de mais de 27 mil agentes de forças de resgate já foram utilizados desde o início das chuvas.

No total, mais de 2,11 milhões de pessoas foram afetadas pela tragédia.

FRIO E CHUVA

A previsão do tempo para esta segunda-feira indica a passagem de uma nova frente fria mais intensa sobre o Sul do Brasil, incluindo a possível formação de um ciclone extratropical nas proximidades da costa da região, o que pode causar o aumento da intensidade dos ventos.

A informação sobre o evento extremo no Rio Grande do Sul consta de nota técnica conjunta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgada no sábado (11).

Nos dias seguintes, somada à frente fria, uma massa de ar frio e seco vai provocar queda da temperatura e possibilidade de chuva na próxima semana. O alerta laranja do Inmet sobre a queda de temperatura atinge 100% do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e boa parte do Paraná, além do centro-sul do Mato Grosso.

As mais baixas temperaturas no Rio Grande do Sul ficam entre 0°C e 5°C no centro-sul e na Serra Gaúcha. Na capital, Porto Alegre, nesta terça-feira (14), a temperatura vai variar de 10°C a 16°C, com poucas nuvens.

A nova massa de ar frio deve tornar a quarta-feira (15) o dia mais frio deste ano no Rio Grande do Sul. Há previsão de geada ao amanhecer na Campanha, no Planalto e na Serra, segundo o Clima Tempo.

Apesar do frio, as chuvas e a nebulosidade devem dar uma trégua neste início de semana. Porém, as autoridades locais alertam a população para o risco de novas enchentes, principalmente na Região Metropolitana de Porto Alegre, e para a iminente queda de temperatura.

Mas, ainda tem previsão de chuva forte na região de planalto gaúcho (Passo Fundo, Cruz Alta), noroeste e litoral norte gaúcho. Na região mais elevada da serra gaúcha, a chuva ainda deve cair forte e volumosa, prevê o Clima Tempo.

A volta da chuva está prevista para quinta-feira (16). Nesta segunda-feira, o Inmet emitiu aviso amarelo, que representa perigo em potencial, devido aos ventos costeiros, que podem até movimentar dunas sobre construções na orla

As áreas afetadas pela intensificação dos ventos podem ser a região metropolitana de Porto Alegre e o sudeste do Rio Grande do Sul, o sul de Santa Catarina e a grande Florianópolis. O alerta é válido até 10h desta terça-feira (14).

As rajadas de vento continuarão partindo do setor sul e dificultando o escoamento das águas da Lagoa dos Patos para o Oceano Atlântico, com a consequente possibilidade de alagamentos dos municípios da região mais ao sul do estado.

Foto: Arquivo Pessoal

#Com informações da Agência Brasil

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