Bahia registra média de 11 mortes diárias por pneumonia em 2024.
Estado já alcançou 90% dos óbitos registrados em 2023, segundo dados da Sesab.
A Bahia tem enfrentado um aumento significativo de mortes por pneumonia em 2024, com uma média de 11 óbitos diários. Até 30 de outubro, foram contabilizados 3.442 falecimentos causados pela doença, conforme levantamento da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Os municípios com maior número de casos fatais são Salvador (677 mortes), Vitória da Conquista (116) e Feira de Santana (100). O número de óbitos em 2024 já representa mais de 90% das ocorrências de 2023, quando 3.805 pessoas morreram pela enfermidade.
O que é a pneumonia e seus sintomas
No Dia Mundial da Pneumonia, lembrado nesta terça-feira (12), a doença recebe destaque devido ao seu impacto na saúde pública. A pneumonia é uma inflamação pulmonar causada por diferentes agentes, como vírus, bactérias e fungos.
Segundo o pneumologista Álvaro Cruz, os sintomas incluem tosse, febre, secreção, dor nas costas e, em alguns casos, dificuldade para respirar. “Em pessoas saudáveis, as bactérias são as causadoras mais graves. Em pacientes com problemas sérios de saúde, como câncer, há maior risco de infecções por fungos, que são muito graves. Já as pneumonias virais tendem a ser mais contagiosas”, explica o médico.
O especialista alerta que a pneumonia pode apresentar sinais sutis, como tosse persistente, que devem ser observados para evitar complicações. Esse foi o caso de Sofia Mutti, de 12 anos, que apresentou tosse seca durante três semanas antes de ser diagnosticada.
“Achei que fosse uma alergia, mas quando a tosse piorou, fomos fazer o exame e descobrimos que era pneumonia”, relata Vanessa Mutti, mãe da jovem. Sofia está em tratamento, utilizando máscara e álcool em gel, mas segue suas atividades escolares.
Diagnóstico e tipos de pneumonia
Entre os casos registrados na Bahia, o tipo mais comum de pneumonia é quando o agente causador não é especificado, representando 80,6% dos óbitos (2.775 casos). A pneumonia bacteriana foi responsável por 641 mortes, ou 18,6% dos casos.
Segundo Álvaro Cruz, a dificuldade de identificar o agente causador é um problema global: “Mesmo nos melhores centros do mundo, somente metade dos casos são identificados. Para diagnósticos precisos, são necessários exames mais avançados, que ainda apresentam limitações”.
Diferenças entre homens e mulheres
Em relação ao perfil das vítimas, os homens representam 51,2% dos casos, enquanto as mulheres correspondem a 48,8%.
A pneumologista Larissa Voss destaca que esse índice pode estar relacionado ao comportamento e ao autocuidado: “Os homens geralmente demoram mais para buscar atendimento médico e possuem mais comorbidades, o que aumenta o risco de complicações”.
Prevenção e tratamento
O tratamento da pneumonia pode variar de acordo com a gravidade, indo desde alimentação adequada e observação até o uso de antibióticos. A médica Larissa Voss ressalta a importância da vacinação, especialmente contra o Streptococcus Pneumoniae, para reduzir os casos mais graves da doença.
“Vacinas contra a gripe também são essenciais, já que qualquer virose pode ser um fator de risco para pneumonia. Nos últimos 20 anos, nunca vi tantos casos de pneumonia”, conclui.