Dólar e juros altos pressionam governo Lula na reta final do ano.

A expectativa do governo é economizar R$ 327 bilhões até 2030, mas a medida enfrenta resistência no Congresso, com risco de ser desidratada.

A reta final do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é marcada pela disparada do dólar e pelo aumento da taxa Selic. O valor da moeda americana chegou a R$ 6,20 nesta terça-feira (17/12), refletindo as incertezas fiscais no Brasil. Mesmo com os esforços do Banco Central (BC) para conter a alta por meio de leilões de dólares, a desconfiança sobre a política fiscal do governo persiste, especialmente após a apresentação de um pacote de contenção de gastos considerado insuficiente. A expectativa do governo é economizar R$ 327 bilhões até 2030, mas a medida enfrenta resistência no Congresso, com risco de ser desidratada.

Além disso, a recente decisão do Banco Central de elevar a Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, com possibilidade de novos aumentos até 2025, reflete a preocupação com o cenário inflacionário e a pressão da taxa de câmbio. A medida é uma resposta às expectativas de alta na inflação e na cotação do dólar, buscando conter a desancoragem das expectativas inflacionárias, que têm impactado a confiança dos investidores. Com o cenário externo também favorável ao dólar, a tendência é que a moeda americana continue pressionando o real, enquanto o Ibovespa sofre com a volatilidade do mercado.

A alta do dólar e o aumento da Selic são indicadores da crescente instabilidade econômica, alimentada pela falta de clareza nas ações fiscais do governo e pelo temor de que o pacote de ajustes não seja aprovado em sua forma original. O resultado é uma maior aversão ao risco, que tende a manter o câmbio em patamares elevados e a taxa de juros em níveis altos por mais tempo.

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