Compra de R$ 12 com cartão de desaparecido leva à descoberta de esquema de desvio de armas na Bahia.
Denúncia do MP aponta envolvimento de policiais militares e civis em operação que terminou com execução de dois homens.
Uma simples compra no valor de R$ 12 realizada com o cartão bancário de um homem desaparecido desencadeou a investigação que revelou um esquema de desvio de armas envolvendo policiais militares e civis na Bahia, em 2024.
Segundo denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e da Corregedoria da Polícia Civil, a operação realizada no dia 11 de julho resultou na execução de duas pessoas e na apreensão de um arsenal em Lauro de Freitas.
A ação, conduzida por agentes do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e da Coordenação de Recursos Especiais (Core), foi inicialmente divulgada como uma das maiores apreensões do ano, com a captura de uma submetralhadora, seis fuzis e mais de mil munições em um matagal.
Durante a operação, dois homens foram detidos e usados para localizar o esconderijo de armas de uma facção criminosa.
Entre os denunciados pelo MP-BA estão: Roque de Jesus Dórea, capitão do Departamento Pessoal da Polícia Militar, conhecido como capitão Dórea; Jorge Adisson Santos da Cruz, ex-policial militar com histórico de demissão por crimes; e Ernesto Nilton Nery Souza, soldado da Polícia Militar.
Os detidos com o grupo policial eram Joseval Santos Souza, conhecido como “maquinista” e com passagens por tráfico de drogas, que teria servido de informante para capitão Dórea, e Jeferson Sacramento Santos, enteado de Joseval, que permaneceu no carro durante a ação.
Outros policiais foram ouvidos como testemunhas por participarem da operação, entre eles o cabo Tibério do Vale Alencar, Nilton Tormes, então coordenador do Depom, e Douglas Pithon, coordenador do Core. A investigação segue para apurar a extensão do envolvimento dos agentes e responsabilidades no esquema.
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