População carcerária é maior que a de 99% dos municípios.
A tendência de reduções nos últimos anos, segundo o Fórum, deve ser vista como uma janela para modernizar o sistema de atendimento socioeducativo.
A população prisional no Brasil bateu novo recorde e chegou a 832.295 pessoas no fim do ano passado. O número é mais que o dobro dos habitantes de Boa Vista (RR) e equivale à população de João Pessoa (PB).
Se essas pessoas vivessem em uma cidade, ela seria a 18ª na lista das mais populosas do país, à frente de Natal (RN), Cuiabá (MT) e Aracaju (SE). A maior parte dos presos é negra (68,2%) e tem de 18 a 19 anos (43,1%). Os dados foram publicados no 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, nesta
quinta-feira (20).
O total de presos no país é a soma de pessoas nos regimes fechado, semiaberto e aberto, em medida de segurança e em tratamento ambulatorial (para aqueles considerados inimputáveis por doenças psiquiátricas). Também entra na conta quem está em prisão domiciliar, com tornozeleira ou não.
O relatório aponta que 2.453 pessoas presas morreram em 2022. A maior causa está relacionada a problemas de saúde, com 1.430 óbitos, seguida por 400 mortes ainda sem causa esclarecida e 390 vítimas de um crime.
O levantamento apontou ainda que o país tinha 596,1 mil vagas para presos. Ou seja, o sistema tinha no fim do ano passado um déficit de mais de 236 mil vagas. Isso indica uma diminuição de 40 mil vagas em relação ao ano anterior. (Folhapress)