Assassinado após comício, candidato à presidência do Equador denunciou ameaças; organização criminosa assume atentado.
Fernando Villavicencio foi morto a tiros.
Assassinado a tiros na noite dessa quarta-feira (9/8), o candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, já havia denunciado ameaças de morte. Em uma entrevista na semana passada, disse que era ameaçado pela organização criminosa “Los Choneros”.
“Há três dias, um militante de Manabí [cidade do Equador] recebeu visitas de vários mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros] para dizer a ele que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, eles iriam me quebrar”, disse, na ocasião.
A organização criminosa surgiu em Manabí e é formada por duas gangues chamadas “Fatales” e “Las Águilas”. O grupo atua com extorsão, tráfico de drogas e homicídios.
CRIMINOSOS ASSUMEM ATENTADO
Na madrugada desta quinta-feira (10), porém, um grupo de aroximadamente 20 homens encapuzados, portando armas de grosso calibre, assumiu a autoria do atentado contra Fernando Villavicencio. Identificando-se como “Los Lobos”, a organização criminosa publicou um vídeo no Twitter, dirigindo-se ao povo equatoriano, no qual um sujeito lê uma espécie de manifesto em nome do seu líder, “Pipo”, e do “menor Esteban”.
“Queremos deixar claro à toda a nação equatoriana que toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas, quando receberem nosso dinheiro, que são milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão exonerados”, diz o membro do grupo.
E continuam: “assumimos a responsabilidade pelos fatos ocorridos esta tarde (a morte de Villavicencio) e afirmamos que eles se repetirão quando os corruptos não cumprirem suas palavras”.
‘NÃO FICARÁ IMPUNE’
A morte de Villavicencio foi confirmada pela atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, no Twitter. Ele afirmou que o crime não ficará impune: “Indignado e consternado pelo assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à sua esposa e suas filhas. Por sua memória e sua luta, asseguro-lhes que este crime não ficará impune”.
O presidente equatoriano também disse que mobilizará as autoridades do Conselho Nacional Eleitoral e da Corte Nacional de Justiça, entre outras, para tratar do assunto. “O crime organizado já foi muito longe, mas sobre ele cairá todo o peso da lei”, acrescentou.
Vídeos gravados logo após o assassinato registraram o pânico das pessoas presentes no comício do candidato.
SUSPEITO
Ainda na noite dessa quarta-feira, um dos suspeitos de assassinar Villavicencio morreu em confronto com a polícia. A informação foi confirmada pelo Ministério Público do país.
ELEIÇÕES
Villavicencio era um dos oito candidatos concorrendo nas eleições presidenciais presidenciais do Equador e aparecia em quinto, nas pesquisas de intenção de voto, lideradas por Luísa Gonzales, do partido Revolução Cidadã. O primeiro turno está marcado para o dia 20 de agosto.
Foto: reprodução/redes sociais
*Com informações da Reuters