Família de Mãe Bernadete faz pronunciamento e acredita em ligação com execução.
Desde 2017 que Mãe Bernadete lutava por justiça pelo assassinato do seu filho, além de também lutar pelas terras quilombolas e os direitos dos quilombos.
A família e o advogado de Mãe Bernadete Pacífico se pronunciaram sobre as atualizações da investigação policial a respeito do caso que chocou todo o Brasil. Em entrevista ao Aratu Notícias, o filho da vítima, Wellington Pacífico, afirma que o assassinato de sua mãe está relacionado ao do irmão, Gabriel Pacífico – também conhecido como Binho do Quilombo – ocorrido em 2017.
“O cara entrou com capacete e assassinou minha mãe junto com meus sobrinhos, os netos dela, e já se descobriu, já pegou gente. No de Binho do Quilombo, o cara mostrou o rosto, se tem o dono do carro, um suspeito, e por que não prendeu? E por que não se elucidou? A pergunta é essa. Porque tem gente poderosa por trás? um grande poderio econômico? uma grande empresa por trás disso? Eu espero que a justiça seja feita e que Deus coloque a mão nos homens aqui para se fazer justiça, porque a justiça não pode escolher a classe social do indivíduo que está sendo julgado”, afirmou.
Desde 2017 que Mãe Bernadete lutava por justiça pelo assassinato do seu filho, além de também lutar pelas terras quilombolas e os direitos dos quilombos.
Nesta segunda (4/9) pela manhã, em uma coletiva de imprensa do Secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner, juntamente com a diretora da Polícia Civil foram apresentados os três suspeitos responsáveis pela morte de Mãe Bernadete.
“Já foram 64 pessoas, aprendidos 21 celulares, e algumas medidas cautelares estão em andamento. Com apoio do Ministério Público, do GAECO e do Poder Judiciário, estamos avançando cada vez mais nas investigações”, afirmou o secretário na ocasião.
O crime contra Ayalorixá foi cometido na noite de 17 de agosto, no quilombo Pitanga de Palmares, em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. Dois homens usando capacetes entraram no quilombo e efetuaram disparos com arma de fogo mais de 10 vezes contra Bernadete.
“Um deles estava com celular da vítima no dia 25/08, um outro indivíduo confessou a participação no delito – e nós verificamos que realmente ele participou deste crime – e o terceiro indivíduo estaria guardando as armas que foram possivelmente utilizadas”, explica a delegada Geral da Polícia Civil, Heloísa Brito.
Dos três suspeitos presos, com exceção para o que foi apontado como Executor do crime, os outros dois não tem passagens pela polícia. Mas a motivação do crime continua sendo investigada.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, também se pronunciou sobre o avanço nas investigações. “Vamos continuar nessa pegada firme, exigindo que a gente possa elucidar esse caso”, finalizou.