Salvador é a segunda capital do país com mais mortes violentas por 100 mil habitantes.
Entre os anos de 2021 e 2020, Salvador foi a segunda capital do país com mais mortes violentas por 100 mil habitantes. A taxa na capital baiana foi de 55,6 no período, segundo dados do 16° Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta terça-feira (28).
No topo da lista, aparece Macapá, capital do Amapá, com um uma taxa de 63,2 mortes por 100 mil habitantes.
Os dados mostram ainda que, em relação ao intervalo anterior, ou seja, entre 2020 e 2019, a taxa de mortes violentas em Salvador teve uma alta de 3,4%.
Das 27 capitais do país, 21 tiveram queda no número de mortes violentas entre 2021 e 2020. No país como um todo, a redução foi de 6%. São englobados homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e também mortes cometidas pela polícia.
Entre as capitais nordestinas, a que teve o menor índice foi São Luís, com uma taxa de 22,8. Na outra ponta, como capital menos violenta do país, está São Paulo, com uma taxa de 7,7.
Os dados do anuário apontam ainda que oito cidades baianas com mais de 100 mil habitantes figuram na lista das que possuem as maiores taxas médias de mortes violentas intencionais entre 2019 e 2021: Feira de Santana, Simões Filho, Camaçari, Ilhéus, Alagoinhas, Juazeiro, Porto Seguro e Teixeira de Freitas.
Entre as 30 cidades brasileiras com as maiores taxas médias de mortes violentas intencionais entre 2019 e 2021, Aurelino Leal, no sul do estado, possui a terceira maior: 144,2, ficando atrás apenas dos municípios de Jacareacanga (PA), com 199,2; e São João do Jaguaribe (CE), com 224,0.
Ainda de acordo com o levantamento, a Bahia como um todo teve a segunda maior taxa de mortes violentas intencionais entre os estados do país e o Distrito Federal: 44,9%, atrás somente do Amapá, com 53,8%.
O BNews procurou a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) para comentar os resultados. Em nota enviada à reportagem, a pasta atribui o aumento dos crimes violentos nos anos de 2020 e 2021
em Salvador à soltura de mais de três mil presos por determinação judicial, como parte das ações de
combate à pandemia.
“No entanto, após a intensificação das ações policiais e adoção de algumas medidas estratégicas, a pasta conseguiu retomar a redução dos índices, ainda em 2021, em todo o estado. A partir do mês de outubro, o número de mortes violentas voltou a decrescer e assim permanece até os dias atuais, na capital e no estado”, diz.
A SSP afirma também que a Bahia tem apresentado redução nas mortes violentas nos últimos nove meses. De outubro de 2021 até maio de 2022, conforme o órgão, “foram registradas diminuições consecutivas nos índices de Crimes Violentos Letais Intencionais, que incluem homicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio.
“De janeiro a maio, a redução foi de 11,4%, representando a preservação de 286 vidas. Neste período de 2021 foram registrados 2506 mortes violentas, contra 2220 este ano. Em Salvador, a redução foi de
13,8%, 94 casos a menos”, acrescenta.
Sobre os demais municípios baianos citados, a Secretaria alega que dados oficiais apontam que a média de mortes dos últimos três anos não ultrapassa dois casos/mês. Para a pasta, o ranking do anuário “apresenta uma realidade distorcida, já que as cidades analisadas possuem, no máximo, 27 mil
habitantes o que, obviamente, impacta no cálculo da taxa”. (BNews)