Lula admite que Brasil não estava preparado para enfrentar queimadas.

Presidente sugere possível ação orquestrada por setores não identificados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (17) que o Brasil não estava devidamente preparado para lidar com as queimadas que têm atingido diversas regiões do país. Lula sugeriu ainda que alguns focos de incêndio podem ser resultado de ações orquestradas, apontando um possível “oportunismo” de setores que, segundo ele, tentam criar confusão no país. Contudo, o presidente não especificou quais setores estariam envolvidos.

“Me parece muita anormalidade. Algumas coisas são corriqueiras, como o fogo que se alastra. A seca é a maior dos últimos tempos, o calor também, e isso está acontecendo no mundo inteiro”, declarou. Ele ressaltou que quer autorização para investigações: “Se as pessoas estiverem cometendo esse tipo de crime, a lei deve ser aplicada na sua totalidade”.

Lula se reuniu no Palácio do Planalto com chefes de outros Poderes e autoridades para discutir um pacote de medidas contra as queimadas e os incêndios florestais. Participaram da reunião os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de outros membros importantes, como o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e ministros do governo.

O governo federal deve apresentar, após a reunião, um conjunto de medidas para enfrentar os incêndios que vêm devastando vegetação nativa e despejando fumaça em diversas cidades. A crise climática também provocou uma seca severa na região Norte, afetando a navegabilidade dos rios e ameaçando o abastecimento de água em algumas cidades.

Recentemente, um incêndio destruiu parte do Parque Nacional de Brasília, deixando a capital federal coberta por fumaça. No domingo (15), Lula e a primeira-dama, Janja, sobrevoaram a área devastada.

A crise climática e os incêndios têm sido usados como munição pela oposição, especialmente pelo grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles apontam que Bolsonaro foi fortemente criticado em 2020 pelas queimadas no Pantanal, mas que agora a situação ambiental se apresenta ainda mais grave.

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

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